A Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDPróstata) assinala, em 2023, 20 anos de existência com a sensação de que a missão da associação tem vindo a cumprir-se: hoje os homens portugueses estão mais atentos aos sinais de possível cancro da próstata.
“Isso deve-se, em grande parte, aos nossos esforços de divulgação. Apesar das limitações do ponto de vista financeiro, temos feito e continuaremos a fazer um esforço permanente de sensibilização junto dos homens adultos para a necessidade de acompanharem a saúde da sua próstata, recorrendo a uma consulta anual e à realização de testes básicos (PSA)”, explica Joaquim Domingos, presidente da APDPróstata.
A sensibilização para as doenças do homem, feita sobretudo através de sessões e campanhas públicas, tem sido a principal atividade da associação ao longos destas duas décadas, porque sobretudo no cancro da próstata, um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. “Os problemas mais graves que podem afetar a saúde da próstata desenvolvem-se no início muito lentamente. Esse facto pode levar os homens a ignorarem que algo de mal possa acontecer com a sua próstata, e só se darem conta desse mal mais tarde, quando já é tarde demais”, reforça Joaquim Domingos.
E apesar de a missão da associação estar a ser cumprida, o presidente refere que “desde o início que uma das maiores dificuldades tem sido a angariação de novos associados, particularmente nas faixas etárias mais jovens (entre os 40 e os 55 anos), pelo facto de nessas faixas etárias haver mais iniciativa e facilidade de recorrer às pesquisas na Internet e encontrar com facilidade muitas das respostas que eram procuradas junto da nossa Associação. Cativar essas faixas etárias é um desafio que abraçamos permanentemente”.
A iniciativa de criar uma associação que tivesse como objetivo principal alertar os homens para a necessidade de acompanharem clinicamente a saúde da sua próstata, sobretudo, a partir dos 45/50 anos de idade, surgiu de um grupo de doentes com cancro da próstata, a maioria militares das Forças Armadas, que habitualmente se encontravam na consulta de urologia do antigo Hospital Militar da Estrela em Lisboa. Ao longo das várias consultas a que tiveram de recorrer nesse Hospital, foram desenvolvendo relações entre eles e tomando conhecimento que o pior problema de saúde da próstata – cancro – tem maiores possibilidades de ser tratado se o mal for identificado bem no seu início. As consultas a que este grupo tinha de comparecer ocorreram nos anos de 2002 e 2003 e seguintes. Foi nessa época que o Tenente-General António Pereira Pinto tomou a iniciativa de congregar um grupo de doentes usuários do Departamento de Urologia daquele Hospital e formar uma Associação, que nasceu oficialmente em agosto de 2003.