Um artigo intitulado “Early feeding practices and their determinants: National food, nutrition and physical activity survey 2015-2016″, desenvolvido no âmbito da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) recebeu o prémio de melhor publicação da Acta Portuguesa de Nutrição 2019.
O anúncio foi feito durante o terceiro seminário da Acta Portuguesa de Nutrição, que aconteceu no dia 9 de dezembro, em formato online.
O estudo foi coordenado pela investigadora do ISPUP, Carla Lopes, e pelos investigadores Sara Silva, Daniela Correia, Milton Severo, Andreia Oliveira e Duarte Torres.
O trabalho usou dados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF 2015-2016), e caracterizou as práticas de aleitamento materno e diversificação alimentar em crianças portuguesas.
O estudo analisou as práticas alimentares de 904 crianças, com idades entre os 3 e os 35 meses, através de respostas obtidas num questionário respondido pelos pais.
A investigação verificou que apenas 6% das crianças da amostra nunca foram amamentadas e que 30% deixaram de o ser antes dos 4 meses. Cerca de 3% das crianças iniciou a diversificação alimentar antes dos 4 meses de idade, sendo a sopa de vegetais o primeiro alimento a ser introduzido, na maioria dos casos (66%). Verificou-se também que práticas que podem comprometer o crescimento saudável da criança, como a introdução precoce do leite de vaca (em 7% da amostra), são mais frequentes em grupos socioeconomicamente mais desfavorecidos.
Foi concluído que as práticas alimentares das crianças portuguesas estão globalmente de acordo com as recomendações nacionais e internacionais.
O prémio atribuído pela Associação Portuguesa de Nutrição ao trabalho foi de 500 euros para formação na área da Nutrição.