A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), alerta a população portuguesa para o perigo que representa a alteração das prescrições realizadas pelos optometristas por lentes genéricas e não avaliadas para o caso específico. As prescrições optométricas são atos altamente técnicos e individualizados para cada utente e dispositivos médicos oftálmicos. Exige avaliação e determinação da melhor intervenção terapêutica para cada utente, para o momento específico da evolução da condição visual. A substituição ou alteração da prescrição por pessoa sem habilitações para tal, coloca a saúde da visão do utente em risco, para além de o lesar financeiramente.
Este apelo surge no seguimento de uma empresa do Texas ter sido multada em trezentos mil dólares por substituir lentes de contacto prescritas por optometristas por outras lentes de contacto. Esta não foi a primeira vez que o Departamento de Justiça e Comissão Federal de Comércio atuaram e aplicaram multas a vendedores online e retalhistas pela substituição de dispositivos médicos prescritos por optometristas.
Segundo a representante da Associação Optométrica do Texas, a empresa em causa substituía a lente de contacto prescrita pelo optometrista, de forma profissional e assegurando precisão e segurança, pela sua lente genérica.
A APLO reforça que a prescrição de dispositivos médicos por optometristas é uma garantia de segurança e eficácia para o utente. É suportada através de uma consulta com vários exames de diagnóstico, meios complementares e terapêutica, realizados e interpretados por profissionais com, no mínimo, o grau de licenciatura em Optometria.
Os optometristas, além de realizarem mais de dois milhões de consultas anualmente, são responsáveis por mais de 70% das prescrições, tanto para óculos como para lentes de contacto, em Portugal. São profissionais especializados na área da saúde da visão, com formação profunda e exigente, e uma grande experiência no tratamento e cuidado dos seus utentes.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a deficiência visual e cegueira representa o maior grupo de todas as deficiências em Portugal, com mais de 164 mil portugueses a necessitarem de cuidados. A estes, acrescem os mais de cinco milhões de utilizadores, de dispositivos médicos oftálmicos vulgarmente designados por óculos, lentes de contacto, lupas e instrumentos de baixa visão.
Visto serem condições visuais que afetam um grande número de pessoas, a preocupação e cuidados com as mesmas devem ser proporcionais.
Proteja-se, defenda a sua saúde, confie no seu optometrista e siga as prescrições originais. Esteja atento a possíveis alterações por parte de outros.
Cuide de si e da sua visão.