A incontinência urinária é uma condição que afeta cerca de 600 mil pessoas em Portugal e acarreta consequências físicas, psicossociais e económicas que impedem a plena participação na sociedade. A recém criada Associação Portuguesa para a Incontinência e Disfunção Pélvica (APDPI) aproveita o Dia Mundial da Incontinência Urinária para alertar para a necessidade de se falar sobre incontinência, para que se rompa o estigma e sejam criadas medidas para apoiar estes doentes.
Esta condição pode ter origens diferentes, tendo sido identificados três tipos diferentes: a incontinência urinária de esfoço, que ocorre quando se dá um aumento abruto na pressão intra-abdominal, como por exemplo, ao tossir ou espirrar, ao dar uma risada, fazer uma flexão ou levantar peso; a incontinência urinária de urgência, que, tal como o nome indica, acontece quando a pessoa tem uma necessidade repentina e inadiável de urinar; e a incontinência urinária mista, que ocorre quando o especialista diagnostica tanto a incontinência urinária de esforço, como a de urgência.
Apesar de afetar um número significativo de indivíduos, de ambos os géneros e de todas as idades, já que se pode detetar em crianças, adultos, mas também idosos, a incontinência urinária ainda gera muita vergonha em quem a experiencia e, por isso, apenas 10% dos afetados procuram ajuda médica especializada.
Segundo Joana Oliveira, Presidente da APDPI “Queremos aproveitar este momento para promover o diálogo sobre incontinência e disfunção pélvica. É fundamental que os doentes não se sintam sozinhos e que saibam que há tratamentos que os podem ajudar a recuperar a sua qualidade de vida.”
Por se tratar de uma condição com um impacto bastante negativo na vida dos doentes e daqueles que lhe são mais próximos, mas também com elevados custos económicos e ambientais, é de extra importância a educação pública para uma maior sensibilização para o tema. Neste sentido, a cofundadora e Presidente da APDPI declara que “é necessário que se compreendam as ligações que a incontinência tem com o envelhecimento, a saúde da mulher e outras patologias como a obesidade.”
Em Portugal, qualquer pessoa afetada por incontinência pode procurar apoio junto da APDPI, uma associação que pretende ser um veículo no qual tenham confiança para abordarem o seu problema.