A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vem reforçar a importância da vacinação contra a covid-19 em todas as idades e apelar à inclusão nos grupos prioritários para o reforço da vacina das pessoas com diabetes e mais de 18 anos. A Associação reforça ainda a necessidade de simplificação de normas de saúde públicas, com a adoção de uma comunicação clara. O apelo surge numa altura em que o processo de vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos está já a decorrer e o reforço da vacinação abrange os maiores de 50 anos.
Na nova fase de pandemia, com maior incidência da nova variante, Ómicron, responsável por quase 90% dos casos de infeção em Portugal, a Associação reforça que a vacinação e a máscara são as melhores armas de proteção. Além destas, a compensação da diabetes e o tratamento das suas complicações são fundamentais.
Sobre a vacinação em idade pediátrica, José Manuel Boavida, presidente da APDP afirma que “ninguém duvida da importância da vacinação para as crianças com diabetes. Está em causa, além do risco acrescido, a convivência escolar, a aprendizagem e a integração social das crianças, principalmente das mais vulneráveis. Deixamos o apelo para que as crianças vacinadas não venham a necessitar de isolamento em caso de contactos de risco ou de infeção assintomática. Temos de acabar com o estigma e a culpa associados à infeção por SARS-CoV-2.”
A APDP recorda que as pessoas com diabetes constituem um grupo de alto risco para as formas mais graves de infeções, incluindo a covid-19, as suas sobreinfeções e os seus tratamentos.
“É para nós importante que seja reconhecido este risco acrescido associado à diabetes. Como tal, o reforço da vacinação nesta fase deve ser prioritário”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, acrescentando: “Do ponto de vista da diabetes, temos ainda de alargar a dose de reforço aos maiores de 18 anos com esta patologia.”
No passado dia 23 de dezembro, a DGS recomendou a administração da dose de reforço da vacina contra a covid-19 a todos os maiores de 18 anos. Em comunicado, essa recomendação inclui a definição de vacinação “urgente e prioritária” de pessoas com 40 ou mais anos, por faixas etárias decrescentes, e pessoas entre os 18 e os 39 anos com pelo menos uma das comorbilidades definidas na norma 002/2021 terão prioridade no processo.
“A simplificação da mensagem é a forma mais eficaz de a passar e um dos grandes objetivos da saúde pública é a eficácia”, alerta José Manuel Boavida, relembrando a necessidade de reforçar o mais rapidamente possível a vacinação de pessoas com mais de 18 anos e diabetes.