No dia em que se celebram os namorados e, logo, a sexualidade, encontrou-se nesta data a justificação para assinalar o Dia Europeu da Disfunção Sexual. A diabetes é uma doença crónica que pode ter várias consequências na vida sexual das pessoas, afetando a qualidade de vida e o relacionamento de homens e mulheres. A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) recorda que as disfunções sexuais em pessoas com diabetes acontecem mas não têm de ser uma sentença e alerta para a importância da prevenção através do controlo da diabetes e do conhecimento dos meios possíveis para a ultrapassar.
A diabetes é caracterizada pelo grande impacto emocional da vida das pessoas e pelo aparecimento gradual de alterações vasculares e neurológicas. É muitas vezes causa de problemas relacionados com a sexualidade que vão da disfunção por causa vascular ou por causa psicológica, como na população em geral. Devido a isto, a APDP reforça a importância de procurar aconselhamento e ajuda no campo da sexualidade, seja junto de profissionais de saúde ou entre pares.
“A diabetes é uma doença que pode criar dificuldades na sexualidade, mas que devem ser encaradas como um desafio para o qual existe resposta. Acima de tudo, é importante desmistificar a ideia de que a diabetes é uma doença impeditiva de uma vivência plena da sexualidade”, afirma Lisa Vicente, ginecologista e obstetra da APDP.
Para viver uma vida sexual saudável, Carlos Monteiro, urologista da APDP, salienta a importância dos fatores psicológicos. “Se os fatores psicológicos não são causa inicial, são com certeza fatores de agravamento e de perpetuação das queixas”, refere o médico.
“A diabetes é uma das principais causas de disfunção erétil, pelo que muitos dos homens com diabetes poderão ser atingidos por este problema. A ereção é também um fenómeno vascular e neurológico que poderá estar alterado nos homens com diabetes”, explica Carlos Monteiro, acrescentando que “já existem várias soluções terapêuticas para que esta condição seja ultrapassada”.
Há ainda outras preocupações que afetam ambos os géneros, como o receio de ter hipoglicemias durante as relações sexuais ou o modo como a utilização de bomba de insulina pode interferir na intimidade. É importante por isso que “as pessoas encontrem as suas próprias estratégias. O receio de ter hipoglicemias é um facto real, que acontece em todas as idades, mas não é motivo para as pessoas deixarem de ter relações sexuais”, conclui Lisa Vicente.