O aumento dos preços das matérias-primas levou a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) a solicitar “medidas concretas e urgentes” ao Governo.
Em comunicado, a ANCEVE explica que “o aumento continuado dos preços das matérias primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral, está a levar inúmeros pequenos e médios produtores, que constituem o grosso do tecido empresarial da fileira vitivinícola, à beira da falência”. Esta situação, continua, “acontece no preciso momento em que se inicia uma nova vindima”, criando mais entraves ao setor.
Para a associação, o Ministério da Agricultura “é hoje uma estrutura fragilizada, excessivamente burocratizada, despojada de estratégia e sem rumo” que deveria “impedir cativações financeiras que vêm retirando milhões de euros dos cofres do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP)”.
Para que o governo ajude o setor, a ANCEVE apresenta um conjunto de cinco medidas de “apoio à fileira do vinho, um setor que leva longe o nome de Portugal mas que está a ficar estrangulado pelo aumento brutal dos custos”.
- “Apoio à tesouraria, sem juros, para que Adegas Cooperativas e compradores de uva possam pagar aos vitivinicultores as uvas logo após a vindima e devolver o apoio ao longo de 2023.
- O preço dos combustíveis disparou. O gasóleo agrícola, um produto tão sensível para o agro-alimentar, subiu de €0,83 para quase €1,80 o litro. Não faz sentido que o Estado cobre tantos impostos nesta área. Deveria ser implementado um reforço do apoio nesta matéria.
- Apoio ao investimento em barricas / tonéis de madeira para estágio de vinho (em 2021 existiu um apoio para inox).
- Vidro – apoio para a “stockagem” de garrafas (dada a escassez no mercado e o aumento continuado dos preços), a enquadrar legalmente, em diálogo com a União Europeia;
- Promoção – no âmbito dos programas de promoção de vinho, criar uma linha específica para pequenas / médias empresas, com candidaturas muito simples e apoios forfetários à imagem do Vitis, para realização de acções de promoção a partir de Janeiro de 2023, medida a enquadrar legalmente, também em diálogo com a União Europeia”.