Investigadores do Reino Unido garantem ter identificado a oportunidade de fazer cair em 77% a probabilidade de alergia ao amendoim através da introdução de um alergénio na dieta dos bebés entre os quatro e os seis meses.
Apesar de o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) recomendar a introdução de sólidos aos seis meses de idade, um grupo de investigadores insta o governo local a rever esta indicação, cuja última atualização remonta a 2018. Afirmam que desde então numerosos estudos comprovam que a introdução de sólidos entre os três e os quatros meses reduzem as chances de desenvolver alergia ao amendoim, entre outros alimentos.
Ao The Independent, Graham Roberts, do National Institute for Health and Care Research (NIHR), Southampton Biomedical Research Centre e da Universidade de Southampton, explica que ao longo de décadas “a evasão deliberada do amendoim levou ao medo dos pais numa introdução precoce”. “Esta evidência mostra que a aplicação de intervenções simples, seguras e de baixo custo para toda a população pode ser uma estratégia preventiva de saúde pública eficaz que traria grandes benefícios para as gerações futuras”, disse ao jornal.
A alergia ao amendoim afeta cerca de 2% de crianças no Reino Unido, estando este valor (1 em cada 50 bebés) a crescer nas últimas décadas, de acordo com a Allergy UK. A introdução deste alergénio mais cedo pode diminuir a probabilidade de alergia. Quando o mesmo acontece mais tarde, até um ano, o valor baixa para os 30%.