29 de novembro de 2018 As Nações Unidas consideram que alimentar um planeta faminto é cada vez mais difícil, porque as mudanças climáticas e o esgotamento dos solos e outros recursos estão a enfraquecer os sistemas alimentares. Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado refere que são necessárias melhores políticas para alcançar a “fome zero”, acrescentando que o aumento da população exige o fornecimento de alimentos mais nutritivos a preços acessíveis. No entanto, o aumento da produção agrícola é difícil, tendo em conta o «estado frágil da base de recursos naturais», uma vez que os seres humanos ultrapassaram a capacidade de carga da Terra em termos de solos, água e alterações climáticas. Cerca de 820 milhões de pessoas estão desnutridas, refere o relatório, divulgado pela FAO e pelo Instituto Internacional de Pesquisas sobre Políticas Alimentares. A segurança alimentar continua fraca para muitos milhões de pessoas que não têm acesso a dietas acessíveis e adequadamente nutritivas por uma variedade de razões, sendo a mais comum a pobreza. De acordo com o relatório, a segurança alimentar está igualmente ameaçada por conflitos civis e outro tipo de disputas. O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, observou que o número de pessoas famintas e subnutridas no mundo subiu para níveis de há uma década. «Depois de décadas de ganhos no combate à fome, este é um sério revés e a FAO e as agências irmãs da ONU, juntamente com governos membros e outros parceiros, estão muito preocupadas», disse Graziano da Silva, numa mensagem de vídeo transmitida durante a conferência. A FAO estima que a procura global por alimentos crescerá 50% entre 2013 e 2050. Aumentar a produção agrícola além dos níveis sustentáveis pode causar danos permanentes aos ecossistemas, segundo o relatório, que sublinha a erosão do solo, a poluição com cobertura de plástico, os pesticidas e fertilizantes e a perda de biodiversidade. |