Uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford, alertou que alguns produtos, como o pão branco, manteiga, doces, sumos de frutas e até chocolate, são produtos são ricos em calorias, gordura e açúcar e pobres em fibras, sendo os principais impulsionadores de doenças cardíacas.
O trabalho, denominado por “Associations between dietary patterns and the incidence of total and fatal cardiovascular disease and all-cause mortality in 116,806 individuals from the UK Biobank: a prospective cohort study”, é da autoria de Min Gao, Susan Jebb, Paul Aveyard, Gina Ambrosini, Aurora Perez-Cornago, Jennifer Carter, Xinying Sun e Carmen Piernas.
Os investigadores analisaram dados de 116.806 indivíduos no Reino Unido, recrutados para o Biobank entre 2006 e 2010, que registaram o que consumiram durante alguns dias.
Os participantes tinham idades entre 37 e 73 anos, com média de idade de 56 anos.
Os pesquisadores identificaram os nutrientes e grupos de alimentos consumidos pelos participantes. A incidência de doença cardiovascular e mortalidade foi calculada usando registros de admissão hospitalar e registro de óbito até 2017 e 2020, respetivamente.
Durante esse tempo, 4.245 desenvolveram doenças cardiovasculares e tiveram ataques cardíacos ou AVC, dos quais 838 foram fatais.
Os pesquisadores identificaram duas dietas que foram associadas a um risco de doença cardiovascular e morte na meia-idade na Grã-Bretanha. A primeira era rica em chocolate, manteiga e pão branco e pobre em frutas e vegetais frescos. A segunda era rica em bebidas açucaradas, sumos de frutas, chocolate, açúcar e compotas, e pobre em manteiga e queijo com alto teor de gordura.
A dieta que incluía maiores quantidades de chocolate, manteiga e pão branco, era mais propensa a ser de pessoas do sexo masculino, mais jovens, fumadores, menos ativos fisicamente, com obesidade ou hipertensos em comparação com aqueles cuja dieta não incluíam grandes quantidades desses alimentos.
Neste grupo, os indivíduos com menos de 60 anos ou os que apresentavam ser mais propensos a sofrer de obesidade apresentaram maior risco de doença cardiovascular do que os indivíduos com mais de 60 anos ou que não eram propensos ao sobrepeso ou à obesidade.
Aqueles cuja dieta era rica em bebidas açucaradas, sumos de frutas e conservas apresentaram um risco aumentado de doenças cardiovasculares e mortalidade, embora também tendam a ser fisicamente ativos e menos propensos a ser fumantes ou a viver com obesidade, hipertensão, diabetes ou colesterol alto, do que aqueles que não fizeram essa dieta.
Mulheres, indivíduos com menos de 60 anos os que conviviam com obesidade em particular tinham maior risco de doenças cardiovasculares, se consumissem uma dieta rica nesses alimentos.
De acordo com os investigadores, estes resultados estão em linha com pesquisas anteriores, que sugeriram que comer alimentos que contêm menos açúcar e menos calorias pode estar associado a um menor risco de doenças cardiovasculares. Contudo, os autores alertam que a natureza observacional do estudo não permite conclusões sobre uma relação causal entre dieta, doença cardiovascular e mortalidade. Os dados dietéticos foram obtidos de avaliações individuais de 24 horas, em vez de um período contínuo de tempo, e podem não ser representativos das dietas ao longo da vida dos participantes.
Pode consultar o estudo, aqui.