Alimentação rica em alimentos processados afeta o metabolismo nas crianças 1300

Segundo uma investigação levada a cargo pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), e publicada na revista “Clinical Nutrition”, as crianças que aos 7 anos de idade têm um padrão alimentar rico em alimentos de elevada densidade energética, como carne processada, bebidas açucaradas e sem sopa de legumes, apresentam já aos 10 anos maior risco de terem alterações nos seus parâmetros cardiometabólicos.

O estudo foi desenvolvido no âmbito da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP, intitula-se “Dietary patterns at 7 year-old and their association with cardiometabolic health at 10 year-old”, e foi desenvolvido pelas investigadoras Ana Cristina Santos e Carla Lopes.

A investigação usou dados de 3.350 crianças que pertencem ao estudo longitudinal Geração XXI, que segue desde 2005 cerca de 8600 participantes que nasceram nas maternidades públicas da área metropolitana do Porto.

Os investigadores analisaram os padrões alimentares das crianças aos 7 anos de idade e os seus indicadores metabólicos aos 10.

Nesta análise verificou-se que as crianças que consumiam alimentos de elevada densidade energética e menos sopa de legumes apresentavam já aos 10 anos um padrão cardiometabólico alterado, nomeadamente, níveis mais elevados de triglicerídeos e menor concentração de colesterol HDL (colesterol bom). Ao mesmo tempo que tinham maior resistência à insulina e maiores níveis de pressão arterial diastólica, independentemente do seu peso aos 10 anos.

Não esquecer que as alterações metabólicas em idades precoces podem levar ao desenvolvimento futuro de doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular.