Alimentação infantil: Garantir a saúde no futuro 1294

Para além de poderem afetar o potencial individual de crescimento e desenvolvimento das crianças, sabe-se hoje que os hábitos alimentares adotados na infância podem também influenciar na modulação individual do risco de doenças crónicas enquanto adulto, nomeadamente da doença cardiovascular, diabetes ou cancro. Esta influência precoce da alimentação e da nutrição na expressão futura da saúde não é apenas metabólica, mas também comportamental e envolve o período que decorre entre a conceção e os dois anos de idade, os chamados “primeiros mil dias de vida”. No entanto, como Inês Tomada, nutricionista do Centro da Criança e do Adolescente e do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital CUF Porto, salienta, «as evidências científicas atuais indicam que a trajetória de vida do bebé começa a ser construída mesmo antes da gravidez, alargando este período a 1100 dias», antecipando, assim, «a contagem de dias aos três meses prévios à conceção».

A IMPORTÂNCIA DOS 1100 DIAS

Este período constitui uma janela de oportunidade ímpar na otimização do crescimento e desenvolvimento, sendo, segundo Mónica Pitta Grós Dias, nutricionista do Hospital de Santa Maria (HSM), que integra o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), «uma fase de extrema sensibilidade e vulnerabilidade à ação do ambiente, particularmente da nutrição, na programação do binómio saúde/doença para o futuro, nomeadamente no que respeita à saúde óssea, à capacidade cognitiva e ao risco de doença crónica do adulto». Desta forma, explica, «situações de carência, de excesso ou de desequilíbrio nutricional na gestante ou no lactente/criança funcionam como “agressores” que induzem respostas adaptativas de momento, visando a sobrevivência, respostas essas que a médio e longo prazo poderão ser desvantajosas, resultando em doença, ao longo do ciclo da vida».

Neste período crítico e de grande vulnerabilidade nutricional, Inês Tomada lembra que tanto o excesso como o défice ou até mesmo a ausência de alguns nutrientes «impactam negativa e irreversivelmente no crescimento e desenvolvimento fetal e da criança a diversos níveis». A nutricionista refere que «apesar de o exemplo mais comummente citado ser o da relação entre a insuficiência de folato (vitamina B9) na gravidez e as malformações fetais, o desequilíbrio no aporte de outros nutrientes, seja durante a gravidez, seja nos primeiros anos de vida, associa-se a perturbações sérias no neurodesenvolvimento num efeito cascata que hipotecará o futuro da criança». Mas a influência dos fatores alimentares nos primeiros 1100 dias de vida vai mais além, não se refletindo apenas «no momento e ao longo da vida da criança, como também se traduz em potenciais efeitos deletérios nos seus descendentes», aponta.

PRINCIPAIS DÚVIDAS DOS PAIS

«Cada vez mais pais recorrem à consulta de Nutrição Pediátrica a fim de esclarecer as suas dúvidas em relação à alimentação dos seus filhos», revela Inês Tomada, dividindo os motivos de consulta até aos dez anos de idade em três grandes áreas: introdução dos alimentos complementares no primeiro ano de vida – vulgo “diversificação alimentar”; dificuldades alimentares – desde anorexia fisiológica do segundo ano de vida a seletividade e aversões alimentares; e gestão do peso – seja por peso insuficiente, seja por excesso de peso, ou mesmo obesidade.

Frequentemente inquietos e com dúvidas por esclarecer, a nutricionista divulga que «quando, o quê, em que quantidade e como oferecer os primeiros alimentos semissólidos e sólidos ao bebé, o que fazer no caso de rejeição alimentar, como diversificar as merendas escolares, e quais as escolhas mais acertadas para a alimentação diária dos filhos, são questões comuns às quais esperam que o nutricionista dedicado à alimentação infantil lhes responda de uma forma descomplicada».

Lisa Gomes Afonso alerta para o facto de hoje em dia muitos profissionais de saúde sem formação especializada abordarem esta área, pelo que gostava que «de futuro, todos os pais pudessem aceder a aconselhamento alimentar de um nutricionista, este sim sustentado sobre conhecimento de qualidade». Geradas, muitas vezes, «pela confusão que algum mau aconselhamento gerou», a nutricionista e investigadora doutorada na área do comportamento alimentar infantil conta que muitas dúvidas dos pais encontram-se relacionadas com «as porções de cada grupo alimentar recomendadas para os seus filhos e a organização ideal do seu dia alimentar, o que requer uma avaliação do nutricionista».

O PAPEL DO NUTRICIONISTA

Importante não só para um crescimento correto, mas também para criar hábitos saudáveis nas crianças, a implementação de uma alimentação saudável para toda a família necessita de recorrer a diferentes métodos de atuação, permitindo o acesso a informação e formação corretas.

Para Inês Tomada, este «é o melhor seguro de vida, a melhor herança, que pode ser dada a uma criança. Todos sabemos que o ser humano tende a perpetuar hábitos, logo, se desde cedo forem estabelecidos e normalizados hábitos alimentares saudáveis, serão esses que prevalecerão na criança e no futuro adulto». Neste contexto, o papel do nutricionista é preponderante. «Em idade pediátrica, numa perspetiva de educação alimentar e para a saúde, a este profissional caber-lhe-á não o policiamento nem o julgamento, mas sim o estabelecimento de regras simples e práticas que devem ser adotadas não exclusivamente pelos mais pequenos, mas sim por toda a família», sublinha, dando como exemplos o número, o horário e o local das refeições, assim como o ensinar desde cedo a gostar de todos os alimentos presentes na Roda da Alimentação Mediterrânica, não havendo espaço para substituições ou “pratos especiais” perante a recusa da criança.

Deste modo, a forma como se comunica e se promovem conceitos básicos sobre alimentação saudável é essencial, uma vez que permitirá uma maior perceção da sua importância para a saúde de todos. Por essa razão, Jacqueline Rodrigues acredita que «o mais importante a ser transmitido aos pais e cuidadores são conhecimentos sobre o comportamento e as capacidades dos bebés e crianças em relação à alimentação em cada fase. Esse conhecimento liberta-os de crenças e regras rígidas, que atrapalham, e muito, no processo».

É o caso, por exemplo, na fase da introdução alimentar, da quantidade de comida que o bebé deve comer. Embora essa informação pareça simples, avança a nutricionista, é uma das que «gera mais dúvidas, dificuldades e frustrações». Nesta situação, o profissional de nutrição «deve transmitir o conhecimento de que é o bebé quem regula as quantidades, cabendo aos pais e cuidadores o papel de ofertar alimentos adequados e seguros para o consumo, além de proporcionar um ambiente alimentar calmo e preferivelmente interativo e não julgador, onde todos comam juntos e o bebé possa aprender pelo exemplo», defende.

NA HORA DE DIVERSIFICAR…

Se nos primeiros meses de vida, normalmente entre os quatro e seis meses, o leite materno exclusivo ou, na sua ausência, o leite de fórmula satisfaz as necessidades da criança, após este período, «é altura de oferecer outros alimentos à criança», afirma Mónica Pitta Grós Dias, referindo que os pais podem manter este regime até aos seis meses se o bebé beber leite materno em exclusivo. Já «o leite de vaca não deve ser utilizado até ao final do primeiro ano de vida – preferencialmente até 24-36 meses», regista.

Depois dos seis meses, uma alimentação exclusivamente láctea não supre, por si só, as necessidades energéticas e em alguns micronutrientes, chegando o momento de introduzir a alimentação complementar ou a diversificação alimentar. Nesta etapa, como em outras que se seguirão, não existe uma idade precisa, mas antes um intervalo de idades para se começar a diversificar a dieta do bebé. Para que este processo decorra da melhor forma, esclarece Lisa Gomes Afonso, «o bebé deve estar pronto do ponto de vista fisiológico, postural e motor». Ou seja, deve-se ter sempre em conta a maturidade neuromotora de cada criança.

A fase da diversificação alimentar é uma etapa muito importante para o desenvolvimento infantil, pelo que a inclusão de novos alimentos deve ser feita de forma gradual. «A cronologia de introdução dos diferentes alimentos não pode ser rígida e deve ter em consideração fatores de ordem social e cultural – hábitos de cada região, questões socioeconómicas», constata Mónica Pitta Grós Dias. A amamentação deverá manter-se a par da diversificação alimentar e durante a introdução na dieta familiar, isto é, até aos 24 meses.

ADAPTAÇÃO GRADUAL

Para além disso, deve também ser pautada pela tranquilidade, de modo a que a criança se adapte a novas texturas e sabores e os pais ou cuidadores possam identificar alguma eventual intolerância ou reação alérgica. Desta forma, complementa Jacqueline Rodrigues, «nesta fase recomenda-se a introdução de um novo ingrediente a cada dois a três dias juntamente com alimentos conhecidos pelo bebé». Embora não haja «um consenso no que diz respeito à introdução de alimentos considerados mais alergénicos, há uma conduta recomendada de não introduzir um alimento considerado mais alergénico juntamente com outro ingrediente novo, pois caso o bebé tenha alguma reação, é mais fácil identificar qual foi o alimento gatilho», sustenta.

A oferta alimentar durante esta fase deve ser baseada na variedade e qualidade, devendo ser oferecidos ao lactente apenas alimentos que integram a cadeia alimentar e a Roda dos Alimentos. Os alimentos processados não devem ser oferecidos ao bebé, assim como «não se deve adicionar sal, açúcar ou mel à alimentação no primeiro ano de vida», ressalva Mónica Pitta Grós Dias, adiantando que «chá, sumos ou refrigerantes também não são recomendados». A par da introdução de novos alimentos, deverá ocorrer uma redução progressiva do consumo de leite – materno ou fórmula.

Sendo um processo gradual, é natural que haja uma progressão das texturas a serem consumidas pelo bebé ao longo do tempo. Os primeiros alimentos devem ser oferecidos na forma de puré, devendo a consistência ser aumentada de acordo com o desenvolvimento da criança. «Entre os oito e os nove meses, idade-chave para treinar a mastigação, os alimentos deverão ser progressivamente mais sólidos e com textura menos homogénea», frisa a nutricionista do HSM. É igualmente importante que «seja oferecida água no intervalo das refeições», remata.

LIDAR COM A RECUSA ALIMENTAR

Após o primeiro ano e a introdução de todos os alimentos de uma forma faseada, respeitando as características do bebé e os hábitos da família, a criança começa a integrar-se na dieta familiar. Se, por um lado, esta é uma fase muito interessante para implementar bons hábitos alimentares, pois «as crianças ainda estão muito dependentes dos cuidados do adulto, mas já são capazes de compreender o porquê das recomendações», por outro, avisa Lisa Gomes Afonso, «pode ser também uma fase bastante desafiante, pela constante busca de autonomia da criança e, muitas vezes, por ser marcada por uma maior relutância para provar alimentos novos». Por esse motivo, «os pais devem munir-se de estratégias positivas para ensinar a criança a comer bem», nomeadamente «ensiná-la a gostar de comer fruta e vegetais e encontrar substitutos para alimentos densamente energéticos», exemplifica.

É importante continuar a apostar na variedade da oferta alimentar, promovendo a familiarização com o máximo de sabores e texturas, e contrariando a recusa ou aversão a novos alimentos, uma característica comum de crianças entre os dois e os seis anos. Jacqueline Rodrigues diz que «o primeiro passo para ajudar os pais passa por entender a origem da recusa alimentar». Para tal, «é necessário realizar uma avaliação através de uma anamnese detalhada para identificar se a recusa deriva de uma rotina alimentar inadequada ou se existem questões sensoriais ou alterações orofaciais que estão a dificultar a aceitação de determinados alimentos».

Alimentação completa, variada e equilibrada

Caracterizado pela diminuição da velocidade de crescimento, no período pré-escolar também é normal as crianças apresentarem uma diminuição do apetite, ingerindo muito pouco em determinadas refeições, pelo que, segundo Mónica Pitta Grós Dias, devem-se «evitar chantagens e artifícios para obrigar a criança a comer». Isto porque «estratégias mais comuns como disfarçar alimentos, distrair a criança com a televisão, disponibilizar tablets ou telemóveis na altura da refeição podem levar a alteração do comportamento alimentar», justifica.

Na opinião de Inês Tomada, a idade escolar reveste-se de algumas particularidades que vão ter impacto na forma como as crianças se alimentam. Com a entrada no primeiro ciclo, a partir dos seis anos, as crianças vivem «um período de vulnerabilidade nutricional não só devido ao aumento da socialização com os pares – comem o que os colegas comem –, mas também porque é a partir deste momento que tem início a autonomia alimentar». Desta forma, «as crianças tornam-se progressivamente mais independentes na ingestão de alimentos e tendem a “saltar” refeições – pequeno-almoço e/ou merendas –, comendo e debicando snacks fora de horas, um comportamento que irá ter repercussões não só na gestão do peso corporal, como no sucesso escolar da criança». Já a omissão das merendas da manhã e/ou da tarde, acrescenta, «é fator de risco para o aumento de peso já que aumenta o apetite para o almoço e/ou jantar».

A entrada na escola ou o regresso às aulas pode ser visto como uma nova etapa onde novos hábitos podem ser criados, pelo que Lisa Gomes Afonso acredita que «é uma ótima fase para redefinir a alimentação da família e para fazer aquelas mudanças que se têm vindo a adiar», sublinhando que «mudanças em família são sempre mais fáceis de aceitar». Deve-se, por isso, nesta fase «oferecer à criança uma alimentação completa, variada e equilibrada, para garantir o melhor desempenho escolar e garantir que cresce forte e feliz», conclui.

Alimentos processados, como, por exemplo, bolachas, cereais de pequeno-almoço, refrigerantes ou doces não devem fazer parte da oferta alimentar das escolas nem da rotina familiar. No entanto, há que «olhar muito criticamente para cada produto», aconselha Lisa Gomes Afonso, afirmando que «têm surgido no mercado produtos cada vez mais interessantes para bebés e crianças, apesar de ainda termos muitos outros repletos de açúcares simples, gordura e/ou sal». Por essa razão, a fundadora do projeto Injoy – Nutrição Infantil defende que «cada produto deve ser avaliado individualmente» e que «o nutricionista pode ajudar muito ao conseguir decifrar os ingredientes convenientes e inconvenientes de cada produto e por avaliar a adequação à fase da vida daquela criança».

RESPONDER ÀS EXIGÊNCIAS DE CADA FASE

Sendo a obesidade infantil um grave problema no nosso país, Inês Tomada considera que é urgente «aumentar a literacia alimentar da população a fim de serem tomadas decisões informadas» e destaca a importância de manter o diálogo com a indústria alimentar, pois «todos beneficiarão da otimização do perfil dos alimentos e/ou do desenvolvimento de novos produtos alimentares, minimamente processados e de elevada qualidade nutricional».

Helena Canário, nutricionista da Nestlé, garante que «trabalhamos diariamente para crianças mais saudáveis e para gerações futuras com mais saúde. Queremos que estas crianças possam alcançar o seu potencial genético através de uma alimentação saudável, equilibrada e segura. E naturalmente que queremos que as ofertas que disponibilizamos para os mais pequenos possam contribuir para estabelecer hábitos nutricionais saudáveis bem como estilos de vida mais adequados».

A Lactogal tem procurado, no caso da alimentação infantil, disponibilizar um vasto leque de produtos alimentares, dos quais se destacam o leite e produtos lácteos. Fernanda Cruz, nutricionista da Lactogal, revela que «estes alimentos fazem parte das recomendações para uma alimentação saudável, reunindo uma série de nutrientes fundamentais para o desenvolvimento das crianças, pelo que podem e devem estar presentes diariamente na sua alimentação, como, por exemplo, ao pequeno-almoço e lanches».

Também a Danone Nutrícia acredita que a nutrição desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas. É por isso que «oferece o melhor da ciência em cada produto que disponibiliza: com fórmulas infantis baseadas em 50 anos de investigação avançada no leite materno; e produtos de alimentação infantil com o equilíbrio certo de nutrientes, baseados em 140 anos de experiência em nutrição infantil. Tudo isto, para garantir o melhor para os bebés, dia após dia», relatam Marta Saraiva Mayer e Teresa Santana Godinho, gestoras de marca na Danone Nutrícia.

REFORMULAÇÃO NUTRICIONAL DOS PRODUTOS

As marcas procuram constantemente melhorar a oferta dos produtos alimentares que disponibilizam. A título de exemplo, à data, 85% dos produtos de introdução alimentar da marca Blédina não têm açúcar adicionado, pelo que Teresa Santana Godinho admite haver «já um enorme percurso realizado na melhoria da adequação nutricional dos produtos destinados a bebés e crianças pequenas».

Helena Canário assegura que todos os produtos da Nestlé cumprem a exigente legislação de alimentos para bebés e as suas receitas são desenvolvidas especificamente para os mais pequenos. «Os alimentos para bebés são formulados e concebidos de forma a promover o treino do paladar, da mastigação e da autonomia, aspetos fundamentais na construção de hábitos alimentares saudáveis e não menos importante, no desenvolvimento neuro sensorial, motor e social da criança, em cada uma das etapas de evolução», clarifica.

Tendo em conta o contexto económico-social, a nutricionista reconhece que a Nestlé e a indústria alimentar no geral «têm feito um enorme esforço no que respeita à reformulação nutricional destes produtos, nomeadamente, na redução/eliminação progressiva de açúcares adicionados, entre outros elementos, como a adequação do perfil lipídico ou a não adição de sal». «Neste momento temos em todas as nossas gamas de nutrição infantil opções sem açúcares adicionados que permitem aos pais efetuar escolhas mais adequadas», informou.

A Lactogal desenvolveu um projeto transversal de melhoria dos perfis nutricionais nos seus produtos, o qual resultou em soluções com menos açúcar, gordura e sal. Fernanda Cruz indica que «a redução de açúcares foi a vertente mais expressiva deste projeto, que já leva mais de uma década, e que tem sido um motor importante de inovação». Embora na maioria das vezes não seja comunicado ao consumidor, este é um trabalho contínuo, que, quando aplicado a produtos consumidos diariamente em larga escala, pode ter um impacto assinalável na sua alimentação. Neste âmbito, afirma a nutricionista, «estimamos que com as novas formulações que desenvolvemos com redução de açúcar para estes produtos, a população portuguesa, sobretudo crianças, consome menos 624 toneladas de açúcar, em cada ano».

CEUNMI chega ao Porto

A segunda edição do Congresso Europeu de Nutrição Materno-Infantil (CEUNMI) acontece no Porto, nos dias 19, 20 e 21 de outubro. Jacqueline Rodrigues, presidente do CEUNMI, desvenda um pouco sobre o que se vai passar neste evento.

Viver Saudável (VS) | A segunda edição do CEUNMI tem como tema central “Nutrir, o generoso dom inerente à Mulher”. Porquê este tema?

Jacqueline Rodrigues (JR) | Sabe-se que a mulher tem a nutrição como um dos seus instintos, talvez pela natureza da sua fisiologia, que se transforma para entregar alimento ao bebé durante a gravidez e a amamentação. E para que essa nutrição seja garantida e otimizada, é preciso cuidar da mulher, promovendo a sua saúde física e mental desde a fase pré-concecional. Por essa razão, todos os temas do congresso foram definidos a partir da premissa de favorecer esse cuidado materno, desde o momento antes da conceção até depois do parto.

VS | O que destaca do programa científico do congresso?

JR | A multidisciplinaridade e a variedade de temas. A prática e conduta do nutricionista enriquecem-se e beneficiam-se com o olhar, o raciocínio e os conhecimentos de outras especialidades que prestam assistência ao público materno-infantil. No nosso programa, para além de nutricionistas, contamos com a participação de especialistas como uma fonoaudióloga (terapeuta da fala), médica pediatra, psiquiatra, farmacêutica e neurocientista, que vão abordar temas que se relacionam com a nutrição, assim como com a saúde e bem-estar do binômio mãe-bebé.

VS | Existem novidades em relação à primeira edição?

JR | Há muitas novidades! Este ano vamos estar no Porto, a cidade que, como dizem, “respira nutrição”. Temos também um maior número de palestras e palestrantes, e, para além dos dois dias de congresso, faremos uma jornada de aulas pré-congresso com professoras convidadas e cinco temas de absoluta relevância para os profissionais da área. A partir desta edição passamos a aceitar a submissão de resumos de trabalhos científicos para a avaliação da nossa comissão científica, possibilitando a exposição e comunicação oral dos trabalhos selecionados. Por tudo isto, estimamos a participação de 180 a 200 profissionais de forma presencial, além das inscrições para a transmissão simultânea online, números expressivamente maiores do que no ano passado.

Artigo publicado originalmente na Viver Saudável #85.