Segundo um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, as algas, larvas, proteína derivada de fungos, espirulina ou clorela são alguns dos “alimentos do futuro” que devem ser cultivados em grande escala para combater globalmente a desnutrição.
A investigação, denominada por “Future foods for risk-resilient diets“, é da autoria de Asaf Tzachor, Catherine E. Richards e Lauren Holt, analisou mais de 500 artigos científicos publicados sobre diferentes sistemas de produção alimentar do futuro.
Este trabalho defende serem necessárias alterações radicais no sistema de produção alimentar para assegurar o abastecimento à população mundial e combater a desnutrição, face a um cenário de alterações climáticas, degradação ambiental, pragas e doenças.
Para isso, o estudo sugere que “o nosso futuro abastecimento alimentar global não pode ser garantido” por abordagens tradicionais para melhorar a produção alimentar, e a utilização de sistemas de última geração e de ambiente controlado para produzir novos alimentos menos sujeitos a vulnerabilidades ambientais ou epidemias devem ser integrados na cadeia alimentar, e devem ser o futuro.
“Alimentos como algas de açúcar, moscas, minhocas e algas unicelulares, como a clorela, têm o potencial de providenciar dietas saudáveis e resistentes ao risco, que podem combater a desnutrição em todo o mundo”, indicou Asaf Tzachor, autor do relatório, citado num comunicado da Universidade de Cambridge.
O investigador alertou ainda que o nosso sistema alimentar atual é vulnerável e está exposto a riscos como inundações, geadas, secas, parasitas, e por isso, “precisamos integrar formas completamente novas de agricultura no sistema atual”.
Catherine Richards, outra das autoras desta investigação, defende que é essencial “diversificar a nossa dieta com estes futuros alimentos”, de forma a “alcançar a segurança alimentar para todos”.
“Os avanços na tecnologia abrem muitas possibilidades para sistemas alternativos de abastecimento alimentar, que são mais resistentes ao risco e podem fornecer eficientemente nutrição sustentável a biliões de pessoas”, acrescentou, citada na mesma nota da Universidade.
Ambos os investigadores defendem que a desnutrição global poderia ser erradicada através do cultivo de alimentos incluindo espirulina, clorela, larvas de insetos, como a mosca doméstica, micoproteína (proteína derivada de fungos), e macroalgas, como as algas açucaradas.
A produção destes alimentos, poderia mudar a forma como os sistemas alimentares funcionam, uma vez que podem ser cultivadas à escala em sistemas modulares e compactos adequados tanto a ambientes urbanos como a comunidades isoladas.
Pode consultar o estudo aqui.
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