Foi produzida em laboratório uma alface transgénica que pode vir a ajudar a evitar a perda de massa óssea, seja no espaço ou em zonas remotas da Terra, onde faltam medicamentos.
A alface, cujos benefícios e comestibilidade terão ainda de ser testados em ambiente de microgravidade e em ensaios pré-clínicos e clínicos, foi modificada geneticamente para substituir uma hormona humana que estimula a formação óssea.
A hormona, denominada por paratormona, assim como o gene que a codifica, foi introduzido em células de alface através da bactéria Agrobacterium tumefaciens, espécie usada em laboratório para transferir genes para plantas.
De acordo com alguns resultados preliminares, citados em comunicado pela Sociedade de Química Americana, cada quilo de alface contém, em média, entre 10 e 12 miligramas da hormona. Os astronautas perdem, em média, mais de 1% de massa óssea por mês no espaço, e para obterem uma dose suficiente da hormona, precisariam de comer cerca de 380 gramas de alface por dia.
A equipa de investigadores que conduziu o estudo, sugere que, a ser possível, os astronautas poderiam levar consigo sementes desta alface transgénica e cultivá-las no espaço.
Esta é uma opção que pode ajudar a repor a massa óssea, pois a existente ao momento requer injeções diárias, uma alternativa que se torna impraticável no espaço, de acordo com os cientistas, devido nomeadamente ao volume de carga que representa o seu transporte em termos de frascos e seringas.