23 de março de 2017 A investigadora Raquel Duarte disse ontem, no Porto, que o álcool e o tabaco estão associados ao aumento da incidência da tuberculose, a um pior resultado do tratamento e um risco maior de recidiva após o seu término. Em declarações à “Lusa”, no âmbito de um seminário sobre “Tuberculose, Álcool e Tabaco: ligações perigosas”, organizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Raquel Duarte afirmou que a tuberculose tem vindo a diminuir ao longo do tempo, mas lentamente, situando-se abaixo dos 20 casos por 100 mil habitantes. «A tuberculose tem vindo a diminuir, mas não tem vindo a diminuir ao ritmo que nós gostaríamos ou que queríamos de forma a atingir os objetivos da Organização Mundial de Saúde (OMS)», sublinhou a responsável pelo encontro. Segundo explicou, «as pessoas que fumam têm maior risco de estar doentes, têm maior risco de o tratamento correr pior e, uma notícia ainda pior, é que o tabagismo passivo também coloca as pessoas em risco de tuberculose, particularmente nas crianças». «O que é preciso é que, além de sensibilizar a população, haja uma abordagem integrada da tuberculose, também prestando atenção a estes comportamentos de risco, como o álcool e o tabaco», sublinhou. Sendo uma doença causada por um agente conhecido, que é possível prevenir e para a qual existe tratamento e cura, os investigadores questionam-se porque é que a tuberculose ainda existe. «O que nos preocupa na tuberculose é que ela ainda exista. Não devia haver casos de tuberculose, por isso devemos continuar atentos à sua redução. Ela tem vindo a reduzir, de uma forma consistente, mas podemos fazer mais», frisou. |