03 de Maio de 2016 O presidente da Junta de Covelas, em Póvoa de Lanhoso, alertou hoje para o «grave problema de saúde pública» resultante da contaminação, por esgotos, da água que chega às torneiras da freguesia, oriunda de minas. Em declarações à “Lusa”, Manuel Freitas afirmou que, no espaço de poucos meses, é já a terceira vez que a população deteta «anomalias graves» na água, mas sublinhou que foi em meados de abril que a situação atingiu «proporções inadmissíveis». «Das duas vezes anteriores, a água tinha cheiro e alguma cor, mas desta vez estamos a falar de esgotos puros e duros, que tiveram de ser retirados dos tanques das casas à pá», referiu o autarca. Covelas não tem água da rede pública, pelo que a população se socorre das minas existentes no monte. Na freguesia vizinha de Ferreiros, está instalada a Braval, empresa responsável pelo tratamento dos resíduos de Póvoa de Lanhoso, Braga, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Amares e Vila Verde. Em abril, registou-se um problema na Braval, com o entupimento de dois tubos, e os resíduos foram derramados para o monte, acabando por ir parar às minas de água. «O problema foi detetado e imediatamente resolvido» disse à “Lusa” o responsável da Braval. Segundo Pedro Machado, dentro de três semanas a Braval já deverá contar com um segundo reservatório com capacidade para 100 metros cúbicos, para onde serão encaminhados os resíduos em caso de uma qualquer avaria, «o que garantirá o fim do problema, de uma vez por todas». O responsável sublinhou que não foi afetado qualquer sistema de abastecimento público de água, «pura e simplesmente porque esse sistema não existe» em Covelas. O que existe, segundo o presidente da Junta de Covelas, é «um grave problema de saúde pública», que «está a deixar a população com medo» de utilizar a água que chega às torneiras das suas casas. «Se foram afetadas casas numa determinada rua, que garantias podemos ter de que a contaminação não chegará à restante freguesia?», questiona Manuel Freitas. A Câmara de Póvoa de Lanhoso já pediu a realização de análises à água e a Braval também o vai fazer, mas, até serem conhecidos os resultados, a população «aguarda com natural desconfiança e medo». «O que nós exigimos é a resolução do problema de uma vez por todas», rematou Manuel Freitas. |