Adoçantes são a alternativa mais saudável ao açúcar 862

Durante o encontro digital “Salud, Sabor Dulce y Placer: Es factible?” organizado pela Sociedade Argentina de Nutrição e pela Associação Internacional de Adoçantes (AIA), que decorreu no passado dia 2 de dezembro, chegou-se à conclusão que os adoçantes são a alternativa mais saudável ao açúcar.

Quando confrontados com as estimativas de que cada pessoa adulta tenha um consumo diário em média de 13 a 25% de açúcar, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde se situa entre os 5 e os 10%, os investigadores e organizações presentes foram unânimes: é necessário reduzir o consumo de açúcar.

E uma das alternativas apresentadas foram os adoçantes, a também a opção mais indicada para a perda de peso, principalmente quando se trata de pessoas com obesidade.

Mónica Katz, presidente da Sociedade Argentina de Nutrição, defendeu que o açúcar continua a ser utilizado de forma excessiva, e apesar de considerar que a indústria alimentar tem vindo a diminuir a quantidade de açúcar presente nos alimentos, é necessário continuar a diminuir este consumo, e uma das alternativas é usar o adoçante.

Da mesma opinião é Adriana Gámbaro, Diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia Alimentar da Faculdade de Química da Universidade da República, no Uruguai, que considera que “é necessário reduzir o consumo de açúcares, tanto dos refinados como dos naturais”, acrescentando que “existem muitas estruturas químicas que se parecem com o açúcar, como é o caso da sacarose, ou da sacarina, entre outras”.

Adriana Gámbaro indicou que, apesar de a perceção do sabor doce ser influenciado por fatores fisiológicos, patológicos ou hábitos adquiridos, “a indústria dos adoçantes tem o potencial de facilitar um regime alimentar mais saudável, sem que a população tenha de tomar grandes decisões para alterar as suas escolhas alimentares”.

Já Brian Cavagnari, investigador, médico pediatra e especialista em nutrição, referiu que “a substituição de edulcorantes calóricos por não calóricos poderá ser benéfica para diminuir a ingestão de calorias, em geral, e a de açúcares, em particular”, acresentando que os adoçantes são a opção mais indicada para a perda de peso, principalmente quando se trata de pessoas com obesidade.

“Apesar de certos estudos observacionais associarem a utilização de edulcorantes sem calorias ao aumento de peso, tal não significa que estas substâncias sejam as responsáveis. Tal apenas confirma que os edulcorantes sem calorias têm uma maior probabilidade de serem consumidos por pessoas com excesso de peso. Logo, estes estudos não são capazes de demonstrar uma relação causal”, indicou Brian Cavagnari.

O especialista em nutrição indicou ainda que “os ensaios clínicos controlados, aqueles que podem mostrar causalidade, concluem que a substituição de açúcares por edulcorantes sem calorias ajuda a diminuir a ingestão de energia e, consequentemente, o peso corporal dos adultos”.

Os vários intervenientes esclareceram que a segurança dos adoçantes de baixas calorias têm sido repetidamente avaliados e têm sido confirmada pelos órgãos reguladores e científicos de avaliação de risco em todo o mundo, como o Comité Misto FAO/OMS de peritos no domínio dos aditivos alimentares (JECFA), a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

Os investigadores consideram que os adoçantes podem ser uma ferramenta útil, quando usados no lugar do açúcar e como parte de um regime alimentar equilibrado, ao ajudar a reduzir a ingestão geral de açúcar e o consumo de calorias, bem como na manutenção dos níveis de glicose no sangue.

Para além disso, os adoçantes de baixas calorias também são não-cariogénicos, ou seja, não contribuem para a cárie dentária, assim como oferecem às pessoas uma ampla variedade de opções de sabor doce com baixas ou nenhuma caloria.