A Fisioterapia em Cuidados Paliativos 590

O número de indivíduos que vivem com doenças crónicas por décadas tem aumentado em todo o mundo, promovendo uma transfiguração da pirâmide demográfica decorrente de um aumento da esperança média de vida, traduzindo-se num maior envelhecimento da população e na alteração no padrão de doença. Desta forma, o modelo de saúde centrado no tratamento da doença pode não ser adequado a todos os tipos de utentes. A doença terminal ainda é considerado um tema controverso.

O serviço de cuidados paliativos foi introduzido na Europa no século XX e veio dar respostas aos cuidados específicos em saúde causados por doença prolongada, progressiva e sem perspetivas de cura, com o objetivo de promover um conforto e melhoria da qualidade de vida neste tipo de utentes. Apesar da importância destes tipos de cuidados, este serviço ainda é pouco conhecido pela população em geral.

O fisioterapeuta é um dos profissionais de saúde que atua nos cuidados paliativos, promovendo uma melhoria do conforto através do alívio dos sintomas, como a redução da dor, retardar o declínio da força muscular e das amplitudes articulares de forma a otimizar a mobilidade e uma maior funcionalidade, promovendo uma melhoria da qualidade de vida perante esta situação de avanço da doença, proporcionando uma morte com mais dignidade.

De forma a divulgar o perfil de competências do fisioterapeuta em cuidados paliativos, o Instituto Piaget de Silves convidou recentemente o Fisioterapeuta Joaquim Jesus do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, unidade de Portimão, para ministrar um seminário sobre esta temática aos nossos estudantes. Para além de divulgar esta área da fisioterapia, o objetivo deste seminário foi apresentar uma nova forma de atuação do fisioterapeuta abrindo o leque de escolhas aos futuros profissionais.

Beatriz Minghelli
Pós-doutorada em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Lisboa;
Coordenadora do Ciclo de Estudos em Fisioterapia do Instituto Piaget em Silves