A dieta que promete salvar vidas e o planeta 2681

Um painel de 37 especialistas de 16 países trabalhou durante três anos para elaborar um modelo de dieta sustentável para o ser humano e para o planeta. As conclusões foram recentemente publicadas na conceituada revista The Lancet.

Alimentar os 10 mil milhões de pessoas do planeta em 2050 só será possível com uma dieta sustentável, reduzindo para metade o consumo de carne vermelha e açucares e duplicando o uso de frutos secos, legumes e fruta, informa o relatório.

O documento indica também que o planeta não terá capacidade de alimentar tantas pessoas sem uma transformação dos hábitos alimentares, uma melhoria na produção e uma redução do desperdício. Essa mudança, para o consumo de alimentos mais saudáveis, vai ainda evitar a morte prematura de 11 milhões de pessoas em cada ano, reduzindo a morte de adultos entre 19% e 23,6%.

Os especialistas da comissão EAT-Lancet recomendam, assim, uma dieta-padrão saudável e planetária que consistirá em aproximadamente 35% das calorias provenientes de grãos integrais e tubérculos, em ter nas plantas a principal origem da proteína – incluindo-se apenas cerca de 14 gramas de carne vermelha por dia -, e no consumo de 500 gramas de vegetais e frutas por dia.

É esta mudança nos hábitos alimentares que levará à diminuição em 50% do consumo de carne vermelha e açúcar e a um aumento de 50% de consumo de frutos secos, verduras, legumes e fruta.

De acordo com o relatório, esta alteração garante um sistema alimentar mundial e não põe em causa os limites do planeta na produção de alimentos, tendo em conta por exemplo as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, o uso da terra e da água e o ciclo dos nutrientes. Esta é ainda, segundo a comissão, “urgentemente necessária”, uma vez que mais de três mil milhões de pessoas sofrem de desnutrição e a produção de alimentos está a exceder a capacidade do planeta.