A diabetes estará amanhã no centro do debate da reunião plenária da Assembleia da República. Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal reforça a importância desta discussão sobre as necessidades das pessoas com diabetes 630

Amanhã estarão em discussão em plenário na Assembleia da República sete projetos sobre 4 quatro temas que a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) considera como fundamentais para dar resposta concreta às necessidades das pessoas com diabetes e suas famílias. Estarão em debate duas propostas que partiram de petições assinadas por cerca de 20 mil pessoas.

Com especificidade na diabetes tipo 1, as propostas em discussão que partiram de duas petições recolheram em conjunto cerca de 20 mil assinaturas. As iniciativas vão desde a criação de um registo nacional da diabetes tipo 1, um projeto de resolução do PS que partiu de uma proposta da APDP e que serve para construir uma estratégia de apoio às pessoas com diabetes tipo 1, com real impacto nas suas vidas.. Assim como, o alargamento da comparticipação das bombas de insulina a pessoas com diabetes tipo 1 com mais de 18 anos, com quatro projetos de resolução (BE, PAN, PEV e CDS), uma petição que partiu de Sérgio Silva, do grupo DiabéT1cos, apoiada pela APDP e pela Associação Mellitus Criança.

“As pessoas com diabetes requerem apoio em diferentes frentes e a comparticipação das bombas de insulina não é exceção. Neste momento a aquisição deste produto a nível nacional é reduzida e condiciona a escolha destes dispositivos por parte dos utentes, contrariamente ao que acontece internacionalmente. Com esta medida será possível alargar o acesso dos adultos com diabetes tipo 1 a um dispositivo que permite um melhor controlo da doença, reduzindo complicações presentes e futuras e garantindo uma melhor qualidade de vida.” destaca João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

“A diabetes afeta mais de um milhão de portugueses, dos quais 56% já diagnosticados e 44% ainda por diagnosticar. Face a estes números os custos com a diabetes são elevados e, em 2018, o impacto direto foi estimado entre 1.300 e 1.550 milhões de euros, o que representa 0,6 a 0,8% do PIB português, representando ainda 8% da despesa em saúde em 2018. Note-se que a maioria destes custos são das complicações e das descompensações, que são possíveis de prevenir e tratáveis. Estes projetos são assim um caminho para que todas as pessoas com diabetes tenham acesso aos cuidados necessários sem custos incapacitantes ou seja à sua protecção e bem estar” refere José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Para dar resposta a estas necessidades, um dos projetos que estará em discussão amanhã respeita o reforço dos cuidados ao doente com diabetes, um projeto resolução do PCP. Esta proposta apela a que o governo tenha em conta as várias frentes na área da diabetes que visem a colocação de dispositivos PSCI, para todas as equipas multidisciplinares da diabetes no adulto, os cuidados a ter na área da retinopatia diabética, cuidados oftalmológicos e a importância de rastreio e tratamento do pé diabético.

Por fim, está ainda em cima da mesa a bonificação, por deficiência, do abono de família para que volte a ser atribuído a crianças e jovens até aos 24 anos, independentemente de serem portadores de deficiências incapacitantes ou não incapacitantes, como a diabetes. Um projeto lei da Iniciativa Liberal e que partiu de uma proposta da associação no âmbito da discussão sobre o Orçamento de Estado, procurando repor uma situação que estava em vigor até 2019 e que foi retirada sem qualquer aviso, discussão ou sequer justificação. “Um erro e um mau sinal para os jovens que tão penosamente se tratam diariamente, 24 sobre 24 horas, e que tanto apoio e motivação necessitam para poderem ter uma vida livre de consequências da sua diabetes” afirma José Manuel Boavida.