A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), apresentou esta quarta-feira, dia 25 de novembro, na conferência digital realizada no âmbito da iniciativa “Cancro: Cada Dia Conta – Da Prioridade à Acção”, os resultados de um estudo de perceção da população portuguesa sobre oncologia.
O estudo denominado por “Cancro: O que pensam os Portugueses”, foi realizado pela Gfk Metris.
Uma das principais questões apresentadas foi sobre qual a doença que mais preocupa os portugueses, excluindo a covid-19. A resposta foi dada com 75% dos inquiridos a referirem o Cancro como a patologia mais preocupante, identificado como principais razões para os receios, a “taxa de mortalidade elevada” (25%), o facto de “terem ou terem tido familiares com doença oncológica/ fator hereditário” (25%), e também o facto de esta ser uma doença que “qualquer um pode ter” (17%).
Quando questionados sobre o nível de investimento do Estado na área do Cancro, 68% dos portugueses classificam-no de insuficiente. Apenas 11% dos inquiridos classificam a verba destinada ao combate ao Cancro como justa.
O estudo procurou também conhecer até que ponto o Cancro é uma prioridade para o Governo. Cada 4 em 10 portugueses, ou seja 41%, consideram que as doenças oncológicas têm uma maior atenção do Governo quando comparado com a Saúde em geral. Entre os doentes oncológicos esta perceção é mais positiva, com 6 em cada 10 dos inquiridos, 56%, a considerarem que o cancro é uma prioridade do Governo.
Em relação à Saúde, 97% dos portugueses consideram que a Saúde tem uma importância extrema. Contudo, são só 33% os que referem que a Saúde é considerada uma prioridade para o Governo.
E sobre este assunto, são muitos os obstáculos no acesso a Cuidados de Saúde referidos, com 44% dos portugueses a identificarem os tempos de espera como elevados e 15% a indicar dificuldade em fazer diagnósticos de forma rápida e em fase precoce. Quanto aos tempos de espera no acesso a tratamentos oncológicos, 25% dos portugueses classificam a primeira consulta/ diagnóstico como muito demorada.
O estudo revela também que mais de metade dos portugueses considera que a qualidade e a disponibilidade dos cuidados de saúde variam de hospital para hospital. De acordo com 30% dos portugueses há “grandes diferenças com elevado impacto” e 29% referem que há “algumas diferenças com algum impacto”.
No que se refere a tratamentos inovadores, 40% dos portugueses consideram que é mais fácil aceder a estes tratamentos na União Europeia, e 60% dos portugueses consideram o “acesso aos tratamentos mais modernos” na área oncológica insuficiente ou muito insuficiente.
O estudo foca ainda os 4 Pilares do European Union Beating Cancer Plan e avalia a experiência pessoal dos doentes e cuidadores, relativamente aos apoios e pensões da Segurança Social, à experiência com juntas médicas, ao contexto laboral e regresso ao trabalho e aos impactos na economia familiar.