Dormir o número de horas recomendadas, entre sete a nove horas de sono segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é fundamental para garantir o bom funcionamento físico e mental do nosso corpo. A Dra. Verena Senn, Neurocientista e especialista do sono da Emma, start-up alemã fundada em 2015 e com presença em Portugal desde 2017, revela cinco benefícios de uma boa noite de sono:
Dormir bem contribui para a perda de peso
Se estiver a tentar perder peso, ter um sono de qualidade é essencial neste processo.
Estudos defendem que dormir pouco pode aumentar os níveis de grelina no corpo, a hormona responsável por estimular o apetite, e diminuir os níveis de leptina, responsável por suprimir o apetite.
Deste modo, indivíduos têm tendência para ter um maior apetite e ingerir mais calorias. Além disso, a vontade para fazer exercício físico também diminui.
Investigadores defendem que um dos maiores riscos para a obesidade é dormir pouco. Estima-se que crianças e adultos que durmam menos horas de sono do que o recomendado são mais prováveis de desenvolver obesidade.
O sono reduz o stress
O número de horas de sono recomendadas para manter o coração mais saudável em adultos são de 7h a 9h de sono.
Quando dormimos menos do que o recomendado, o nosso corpo mais facilmente entra em estado de stress. O nosso organismo é colocado em alerta máximo, o que provoca um aumento da tensão arterial e estimula a produção das hormonas do stress. Consequentemente, a tensão arterial elevada aumenta o risco de um ataque cardíaco e AVC.
Dormir melhora a memória
O sono é essencial para a consolidação de memórias. Durante o sono, o corpo pode estar a descansar mas o cérebro continua a trabalhar, processando todas as informações do dia e conectando os acontecimentos, sentimentos e memórias que surgiram nesse dia.
A fase de sono profundo é o momento mais importante do nosso sono para que o corpo entre em modo de descanso profundo e o cérebro consiga processar todas as nossas memórias e conexões.
O sono melhora o sistema imunitário
Para além do nosso descanso, o sono também permite ao organismo reparar os danos do corpo causados pelo stress, constipações, exposição solar, cortes, etc,… É enquanto dormimos que o corpo produz as proteínas responsáveis por regenerar as células mais danificadas.
Estudos demonstram que que indivíduos que durmam menos de 7 horas têm quase 3 vezes mais probabilidade de desenvolver uma constipação do que aqueles que dormem 8 horas ou mais.
O sono diminui o risco de desenvolver a doença de Alzheimer
Sabe-se há muito que dormir pouco está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Contudo, foi apenas em 2012 que os investigadores na Dinamarca e nos EUA identificaram uma razão possível: descobriram que durante o sono, as células do cérebro encolhem e criam mais espaço entre si. Isto leva a um aumento do fluxo de líquido que dissipa o lixo celular acumulado durante o dia (sistema glinfático). São nestes depósitos que encontramos também o amiloide, a proteína que forma as famosas placas no cérebro dos doentes com a doença de Alzheimer. Portanto, dormir pouco pode ser uma causa ou contribuir para a progressão da doença (entre outras)