O Governo criou em 2016, a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA), para desenhar a Estratégia Nacional e Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar. Esta irá medir o índice de desperdício em Portugal já a partir do próximo ano.
“É na sua casa, na minha casa e ao nível do consumo das famílias que os níveis de desperdício alimentar são estrondosamente maiores em relação ao retalho, à restauração e à indústria. Pelo menos 40% do desperdício, e em alguns casos mais, é gerado em nossas casas”, afirmou à TSF, Nuno Manana, o chefe de divisão de Organização da Produção Agroalimentar do Ministério da Agricultura.
E para Nuno Manana, a solução é simples “passa pela alteração de comportamentos”.
Nesse sentido, o Governo vai lançar até ao fim do ano, um serviço eletrónico para reduzir o desperdício alimentar. A plataforma promete facilitar o contato entre as instituições e os produtores, de acordo com a localização e o tipo de alimentos.
“Imagine que eu sou um produtor de pera rocha ou gerente de um supermercado e sei que hoje ou amanhã vou ter vários quilos de um determinado produto, quem estiver do outro lado, que serão genericamente IPSS, de acordo com as preferências que comunicaram em termos de localização da disponibilidade e de alimentos, é notificado para poder ser alertado dessa disponibilidade», refere Nuno Manana.
O Ministério da Agricultura admite ainda que é preciso reforçar as campanhas de sensibilização previstas na Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, para reeducar e corrigir comportamentos, à semelhança do que tem sido feito com a reciclagem.